domingo, 8 de janeiro de 2012

Teste Sedan: O maior buraco já feito pelo homem!


A princípios da década de 1960, o governo estadunidense iniciou um ambicioso projeto encaminhado a desenvolver uma tecnologia que permitisse tirar proveito das enormes explosões que geram as armas nucleares para facilitar assim a construção de obras civis de grande envergadura. O plano recebeu o nome de Operação Plowshare.

Durante anos, acreditaram que poderiam utilizar bombas atômicas para ampliar o Canal do Panamá, abrir caminhos em zonas montanhosas com o objetivo de construir estradas, interconectar aquíferos próximos ou inclusive criar grutas subterrâneas nas quais se armazenaria água, gás natural ou petróleo.

Uma das primeiras propostas discutidas foi a criação de um porto artificial no Cabo Thompson (Alaska) mediante o uso de várias bombas de hidrogênio. O Projeto Chariot, que foi como batizaram o plano, foi finalmente cancelado devido às queixas da população autóctone, temerosa ante as consequências que podia ter sobre suas vidas uma explosão atômica, e a que implicava uma enorme despesa em uma infra-estrutura de duvidosa rentabilidade econômica.

Anos depois, numa área desértica situado no condado de Nye (Nevada) que desde 1951 vinha sendo utilizado pelo Departamento de Energia estadunidense para fazer testes nucleares, em 6 de julho de 1962 explodiram ali uma bomba de 104 kilotons. Ficou conhecido como teste Sedan.
 
A deflagração deslocou mais de 12 milhões de toneladas de terra, escureceu o céu num raio de 8 km, gerou ondas sísmicas equivalentes a um terremoto de 4,75 graus na escala Richter e criou um cratera de 390 metros de largura e 98 de profundidade, o maior provocado até hoje por uma explosão nuclear.

Suas consequências, ademais, foram funestas dado que a chuva radiotiva afetou mais cidadãos que nenhum outro teste realizada em solo estadunidense. Em Iowa, Nebraska, Dakota do Sul e Illinois foram detectados dias depois níveis de contaminação perigosos. Ao todo, calcula-se que mais de 13 milhões de cidadãos dos Estados Unidos se viram expostos aos perigos da radiação nuclear.

Quase meio século depois, a cratera Sedan é visitada anualmente por 10 mil turistas e, como curiosidade, cabe destacar que foi utilizado pelos astronautas da Apolo 14 antes de partir à Lua. A desolação que o rodeia fez dele um lugar ideal para simular parcialmente as condições que encontrariam ao chegar no satélite.
 

Biografia: A maior cratera produzida por uma explosão nuclear - Metamorfose Digital http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=7331#ixzz1irlFvs6L

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